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Dia Internacional do Orgulho LGBT

por Marcos
Publicado: 28/06/2025 - 20:34
Última modificação: 28/06/2025 - 20:34

 

 

O mês de junho é pintado internacionalmente pelas cores do arco-íris, o que se trata de uso simbólico para que possamos relembrar as lutas Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transgêneros, Queers, Intersexos, Pansexuais, Não-binaries e demais lutas em prol da liberdade sexual e de gênero (LGBTQIAPN+).

O dia escolhido faz referência a Revolta de Stonewall, que trata de uma série de protestos em frente ao bar Stonewall em 1986 que ocorreram após um levante popular contra a violência policial, a criminalização e a marginalização a corpos não heteronormativos. 

Stonewall Inn é o nome de um bar localizado em Nova York, que na década de 60 era muito popular entre a comunidade LGBT+. Nessa época, ser gay era crime em boa parte dos Estados unidos, inclusive em Nova York. Desse modo, a polícia costumava fazer vista grossa na cidade, e no dia 28 de junho 1969 os policiais resolveram invadir o bar, prendendo vários frequentadores, em especial travestis e drag queens, porque usavam roupas do sexo oposto.

Os outros frequentadores se rebelaram, jogaram objetos na polícia e atearam fogo. A polícia e os bombeiros chegaram e os rebeldes se dispersaram. Mas nos 5 dias seguintes, eles se reuniram novamente em frente do Stonewall para protestar contra a violência contra a comunidade LGBT+.

Enquanto conosco aqui no Brasil, em 13 de junho de 1980, aconteceu em São Paulo o primeiro grande ato de rua do movimento homossexual brasileiro. A manifestação, que saiu do Teatro Municipal até o Largo do Arouche, foi uma resposta à repressão sofrida por LGBTs durante a ditadura militar, e marcou um passo importante na luta por direitos e visibilidade.

Desde abril daquele ano, a polícia promovia prisões, espancamentos e torturas contra a corpos não heteronormativos em operações chamadas “Limpeza” e “Rondão”, com apoio do governo brasileiro e da mídia nacional. Em apenas uma semana, cerca de 1.500 pessoas foram presas. As ações visavam “higienizar” o centro da cidade, empurrando travestis, homossexuais, negros, mulheres e pobres para as periferias.

Os alvos das batidas eram bares, saunas e cinemas, espaços de convivência LGBT. Assim como em Stonewall, nos EUA, a repressão teve como resposta a organização e a resistência. O caso brasileiro mostra como o Estado usava a moral conservadora para justificar a violência e o controle social.

O orgulho LGBTQIAPN+ não nasceu da necessidade de celebrar ser lésbica, gay, bi, trans, etc. Mas do direito de existir sem perseguição. Então, em vez de se perguntar o porquê de não haver a existência de um dia do orgulho hétero, seja grato por não precisar de um.
Em memória de todes aquelus que lutaram e morreram em nome da liberdade sexual e de gênero, o Instituto de Filosofia da UFU reitera a importância dessa data dentro da nossa comunidade. Ainda, reforçamos que somos contra qualquer forma de discriminação e violência direcionadas a corpos dissidentes e/ou não-heteronormativos.  

Texto escrito por:
Tosh Shibayama, Bacharel em Filosofia pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU) e Mestrande em Filosofia pela mesma instituição.